Em uma sombria tarde de inverno, havia grande agitação entre os habitantes do reino de Ur'tecnólia, mais especificamente no Décimo primeiro condado vespertino (ou simplesmente V11). O motivo para tanta inquietação era um boato que corria no mercado, dizendo que os sábios não mais lecionariam ao povo até conseguirem praças, jardins e salões com espaços específicos para si, além de melhores "incentivos" palacianos.
Os cidadãos aguardavam ansiosamente, portanto, a chegada de Francisquiano, o excêntrico mestre em Artes (inclusive as "ocultas", diziam as más línguas), e aquele que poderia explicar-lhes a situação; ele, tão logo subiu a tortuosa trilha até o salão onde o aguardavam, começou a discursar:
- Alô, alô, Terezinha! Erm, quero dizer... Olá, caros amigos tecnolianos. Venho nessa hora de medo esclarecer seus temores, mas primeiro, gostaria que me respondessem sinceramente: o que acham dessa grave espera (posso até chamar de greve, que tal?!) pelo conhecimento ameaçada por seus mestres?
Estranhos à situação, a maioria dos ouvintes se entreolharam, confusos, até alguém ter coragem de se manifestar:
- Sinceramente, não creio que vá ser bom para nós, que queremos apenas aprender - disse corajosamente uma garota - Acho que deveriam encontrar outros meios de conseguir o que querem.
- Que meios? - rebateu um dos cavaleiros ali presentes, conhecido por suas opiniões políticas - É assim que podem se fazer ouvidos, isso nada mais é do que a interrupção do fornecimento de seu produto: sabedoria.
- E é uma medida "definitiva", tomada após tentarem fazê-lo de forma tranquila. - completou a nobre dama que sempre o acompanhava - Precisaram disso.
O debate prosseguiu acalorado, as opiniões se revezavam, mas a grande maioria dos que se manifestaram apoiavam a paralisação; Francisquiano, embora não totalmente a favor, respeitou a opinião dos outros, e teve de intervir para acabar com a discussão e falar sobre técnicas artísticas, motivo pelo qual estava lá.
Com os espíritos agitados pelo debate e por sua recém-descoberta consciência política, alguns dos presentes decidiram permanecer no salão até mais tarde, e assim discutir mais um pouco, ou quem sabe ter alguma genial ideia de como ajudar os mestres. E assim se fez; esquanto a maioria saía de lá, cerce de quinze cidadãos permaneceram no local, desde o cavaleiro que havia se manifestado até o artista local.
Após algum tempo de discussões, e talvez um período ainda maior de desconfortável silêncio (com toda a certeza o segundo durou muitos minutos, muitos minutos MESMO...), a mesma já citada dama a defender os sábios, de nome Guinevere, tomou para si a palavra:
- Certo, aqui estamos, todos temos opiniões, então acho que é bom falarmos quais são elas, ou tudo isto perde o sentido.
- Concordo - falou, encorajado pela atitude dela, Arthur, o cavaleiro ao seu lado, novamente mostrando seu ponto de vista - Acho que devemos fazer algo para mudar a situação do reino; todos aqui se lembram de Uther, não? O Pendragon, nosso grande rei a tanto morto? Na sua época, havia união, cuidado com a população,...
- Não é melhor dizer que tinha um rei? - comentou um enfático morador - Nós só temos regências há séculos, e nenhuma decente.
Um vozerio iniciou-se, com pessoas gritando reclamaçes e críticas. Não se sabe como, porém, uma voz baixa foi ouvida, advinda do artista da vila
- Devíamos tentar ajudar.
A voz foi ouvida, atendida, e o grupo formado, com o nome, escolhido por votação, "Cavaleiros do Gecel", cujas explicaçes virão no próximo capítulo.
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